PARABÉNS À FUCABRAD PELA LINDA FESTA DE OGUM EM DIADEMA!!

No último Domingo (22 de Abril), estivemos presentes na 21ª Festa em homenagem ao Orixá Ogum em Diadema – SP.  Cabe aqui parabenizar seus organizadores, os dirigentes Pai Cassio Ribeiro de Ogun (Umbanda) e Pai Leonardo de Toy D´Oçu (Tambor de Mina), dirigentes da FUCABRAD – Federação de Umbanda e Cultos Afro-Brasileiros de Diadema.

Agradecemos a acolhida carinhosa e respeitosa que tivemos de todos os presentes!!! 

Aproveitamos a oportunidade para homenagear nosso pai Ogum e o saudoso Toy Vodunnon Francelino de Shapanan, que certamente orgulha-se da continuidade da realização desta festividade e sua importância dentro do calendário afro-religioso de Diadema....


“.........Ogum é o orixá dos caminhos, orixá das estradas, aquele que abre as portas.  Ogum é o orixá da tecnologia, do ferro, patrono de todo mundo que mexe com ferro: o barbeiro, o açougueiro, o ferreiro, todos. Ogum é um orixá importantíssimo, ele é primordial, vem do início do mundo. Não existe nenhuma casa, nenhum culto que não precise de Ogum, ele é o primeiro a ser louvado. É ele que abre, junto com seu irmão Exu. Então, quando foi escolhido que seria o patrono da Federação, recaiu sobre Ogum, porque ele é o desbravador. E é a única festa de Ogum, no Brasil, onde esse orixá é saudado em todos os cultos. Por que? Nós temos uma festa no Ibirapuera, com cinqüenta anos de existência, mas onde Ogum é saudado apenas na Umbanda – nos cultos afro ele é esquecido. Em outros lugares do Brasil é a mesma coisa. Em Diadema nós contemplamos todos os cultos, Ogum é saudado em todos os cultos; é uma coisa “sui generis”  que surgiu aqui em Diadema......  A data é sempre a mais próxima do dia de São Jorge, o domingo mais próximo, porque dentro do sincretismo religioso Ogum é sincretizado com São Jorge. Todos os anos a procissão sai da Praça Castelo Branco por algumas ruas até o Poliesportivo, com a imagem de São Jorge. Depois de todo mundo no ginásio, se faz a entrada triunfal de Ogum. Quem coordena o evento, quem faz o cerimonial sou eu. Ai é feita a abertura da festa pelo presidente da Federação e começa a parte ritualística com defumação para preparação do ambiente, sopra-se a pemba que também é um ritual de purificação, o ritual de bater cabeças, que é um ato de reverenciar a entidade, o hino da Umbanda, o hino dos cultos afro. E aí começa a parte de louvar Ogum dentro da Umbanda, dentro do ketu, dentro do jeje, dentro do Angola, dentro do tambor de mina, todos. Nos últimos anos, nós inovamos com apresentação de alguma coisa da cultura popular, tipo maculelê, capoeira, já fizemos apresentação do carimbó. Depois tem a benção dos pães. Em toda festa de Ogum se distribui pão – o pão é o alimento por excelência e representa o inhame que na África se transformou no pão – e esses pães são abençoados com rezas, com preces, se pede pelos doentes, pelos desempregados, pelas autoridades. Eles são distribuídos e depois disso se dá as palavras às autoridades, normalmente representantes do Executivo, do Legislativo e o Conselho Religioso encerra. Sai a procissão do encerramento com a imagem e há a queima de fogos. É mais ou menos isso a festa......” 

Trecho do texto MEMÓRIAS DO SAGRADO – Um depoimento de Francelino de Shapanan – entrevista inédita concedida à historiadora Mary Ferreira Lopes, Centro de Memória de Diadema, em 06/07/1999 (acervo do CMD)